Escrito por F. Boehl e Phelipe Cruz




::Arquivo


Rio de Janeiro, Brasil



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Clara era gorda, fútil e egoísta. E tinha consciência disso. No reveillon passado prometera a si mesma que pensaria mais nos outros e menos nela. Culpava seu egocentrismo (e a gordura) pela solidão que a assolava.
- Vou ajudar gente carente, sei lá. Ensinar alguma coisa para crianças pobres.
Clara se inscreveu no programa Amigos da Escola e conseguiu ser designada para dar aulas de inglês em uma escola em Marechal Hermes.
Ontem ela resolveu promover uma festa de Halloween.
- Seguinte, galera. Menina traz comida, menino traz bebida. Quem trouxer ganha um ponto. Mas não traz tubaína, valeu? Eu só bebo Coca Light.



 
Kátia era mineira. Dona Iolanda, sua mãe era carioca. Quando Kátia fez 15 anos pediu à mãe para morar com a avó no Rio de Janeiro. Kátia queria ser bailarina do municipal. A mãe aceitou e a menina foi morar em Copacabana na cobertura de dona Violeta. No princípio tudo correu tranqüilo, mas logo o caldo engrossou. Kátia tinha um temperamento difícil e uns hábitos que dona Violeta não gostava. A garota fumava, chegava tarde em casa e trazia uns amigos muito estranhos. As duas viviam discutindo. Principalmente depois que Kátia chamou Dona Zelma de crioula safada e esta pediu as contas e foi embora.
- Desculpa, Dona Violeta, mas eu não fico mais nem um minuto debaixo do mesmo teto que essa diaba.
Logo Dona Zelma que trabalhava na casa há mais de 40 anos. Essa foi a gota d’água. A avó estava disposta a mandar o estorvo de volta pra Minas. Kátia não gostou nada da idéia. Trancou a avó no quarto e aos gritos dizia que quem mandava naquela casa agora era ela. A idéia era matar a velha de fome.
O quarto nunca foi aberto durante três anos. Enquanto isso a menina passou a vender tudo que havia na casa pra comprar drogas. Quando só havia sobrado quase nada, Kátia exagerou na mistura de cocaína e álcool e morreu.
Os vizinhos sentiram o cheiro de podre uma semana depois e chamaram a polícia. Encontraram o corpo da garota no imóvel vazio. Resolveram checar o quarto da velha. Dona Violeta estava lá. Viva.
Nesses anos todos, ela vinha se alimentando dos pombos que faziam ninho no ar-condicionado.
Quando viu a neta morta e o patrimônio todo dilapidado, não se conteve.
- Filha duma puta, o que ela fez com o meu jogo de porcelana chinesa?



 
Regina amava os seus gatos. Quatro deles morreram de prisão de ventre. Regina os entupia de comida, com medo dos bichanos morrerem de fome. E de vez em quando, eles amanheciam mortos. Ela chorava e se entupia de comida para se sentir mais feliz. Alberto, seu colega de quarto, não entendia como ela podia ser tão burra e tão carente. Moravam juntos há dois anos. Ambos traziam homens pra casa. A única regra era não ser muito tarde e somente aos sábados. Os gatos de Regina subiam na cama na hora do sexo. Os caras se espantavam. Paravam e ficavam sem graça. Regina caía na risada e gritava: Deixa... continua... O último gato que pulou em cima da cama, assustou o cara e levou um tapão que o fez voar longe. Regina parou tudo na hora e falou: Me respeita, cara. Você nunca mais faça isso comigo.

Alberto tinha que segurar altas crises de choro da amiga, que não parava com ninguém. Era um homem atrás do outro. Já tinha engordado 10 quilos desde que tinha ido morar com ela e não agüentava mais dar conselhos para um ouvido que não escutava. Quando o sermão acabava, ela dizia: "tá, agora vamos comer". A vida dela se tornou um pesadelo. Angela Rorô se parece com ela. Só que a cantora com certeza é mais esperta. Dois anos se passaram, 20 quilos a mais vieram e durante todo este tempo, nada de sexo.

Regina se formou em educação física. Nunca mais teve nenhum gato. Seguiu o conselho do Alberto e tiveram muitos passarinhos. Estava mais feliz, namorou um cara do segundo andar por duas semanas e sempre que se sentia muito sozinha, ligava para o disk-sexo:
- Queria falar com um homem bem gostoso!
- Tá falando com ele, gatinha suada.
- Eu tô no ar condicionado! Nem um pingo de suor aqui, garoto!
- Hmmm, que ótimo... então tá quentinha debaixo da coberta e acabou ficando molhadinha, né?
- Eu já disse que não tô molhada, que mania de vocês...
- Então eu posso te beijar no pescoço e te lamber todinha? (a voz é rouca e arrastada)
- Pode sim!
- Hmmm, que cheiro..., que gostosura de mulher. Que gatinha... aposto que come Whyskas.
Regina bate o telefone na cara dele, toca uma siririca e vai dormir.





 
Doralice era uma menina muito linda. Não havia quem não se encantasse com seu sorriso angelical. Somado a isso ela tinha um corpo alto e magro, uma elegância natural que transformava instantaneamente em passarela qualquer lugar por onde passasse. Era uma supermodel nata. Ou pelo menos todo mundo dizia isso.
- Será que sou mesmo?
Era sim. De tanto insistirem no assunto, Doralice resolveu procurar um agente. Foi assim que ela encontrou Rômulo. De cara, ele se encantou com a beleza da garota. Gisele Bundchen já era – ele dizia – você tem tudo para dominar o mundo!
Ele convidou Doralice para um jantar. A caminho do restaurante, ele parou o carro num lugar ermo, tirou a piroca pra fora e estuprou a garota.
Doralice desistiu da carreira de modelo. Hoje em dia passa o tempo todo em casa. Vendo tevê, comendo Ruffles e tomando refrigerante. Dizem que ela comprou um revólver.




 
Melissa sempre quis conhecer a Europa, mas nunca tivera oportunidade. Até que um dia ela conheceu Fabian em uma sala de bate-papo na Internet. O cara morava em Madrid! Eles trocaram e-mail, ICQ, telefone e logo ficaram super amigos. Fabian perguntou se Melissa não gostaria de trabalhar com ele. Ela disse que sim, lógico. Trancou a faculdade de Nutrição, vendeu o Chevette que o pai tinha dado de aniversário e se mandou para a Espanha. Chegando lá, Fabian confiscou o passaporte e todo o dinheiro da menina e a obrigou a se prostituir num bordel na periferia de Madrid.
A comida é racionada, tem cliente que transa sem camisinha, Fabian volta e meia enche a cara e cobre Melissa de porrada. Às vezes isso a deixa meio deprimida. Quando isso acontece, ela tira o cabelo da testa e diz pra si mesmo:
- Puxa! Eu sempre quis conhecer a Europa!



 
Renata sempre se achou feia. Alta demais, corpulenta, abrutalhada. Passou a vida escolar toda carregando o apelido de João Grandão. Complexada com sua própria aparência, não saía, não namorava, era um caramujo em sua concha. Da casa para o trabalho, do trabalho para casa.
Sua rotina mudou quando conheceu Marquito, o novo gerente da loja em que ela era estoquista. Marquito era um doce, sempre a pondo para cima, elogiando seus pontos positivos, minimizando seus defeitos.
- Não existe mulher feia, existe mulher mal produzida.
Renata sorria satisfeita ao ouvir isso. Tanto Marquito falou que ela decidiu que não agüentava mais viver aquela rotina de prisioneira de si mesmo. Renata queria sair, paquerar, enfim, ser feliz. Pediu ajuda para seu estimado amigo e ele prontamente providenciou a ela um belo vestido de alcinha verde-limão, mousse para o cabelo e brilho labial. A então Cinderela usou toda a indumentária proporcionada por sua fada-madrinha e foi a luta. Foi para uma casa noturna, sozinha com a cara e a coragem.
Desceu na rua para tomar um táxi. Um carro que passava parou.
- E aí, boneca?
Renata não acreditou em seus ouvidos. Estava sendo cantada! No que ela acreditou menos ainda foi quando quatro pitboys saíram do carro armados com bastões de beisebol e desceram a porrada nela aos gritos de "morre traveco fiadaputa".
Renata foi parar no hospital coberta de hematomas. Sorte que Marquito apareceu logo com um corretivo cor de pele que fazia maravilhas com manchas roxas.


 
Samsara era feia mesmo. Olhos esbugalhados, cabelos ralos e nenhum queixo. Aos 25 anos era virgem. A única cantada que recebeu na vida foi na faculdade e fazia parte de trotes contra os calouros.
Uma manhã, Samsara acordou e se sentiu diferente. Em vez de braços e pernas, ela agora tinha seis patas peludas. E um par de antenas na cabeça. Ela havia virado um inseto.
Hoje, Samsara já passou em revista todas as baratas da favela. E tem uma descendência de milhares de baratinhas. Samsara nunca foi tão feliz.


 
Chico já namorava Clô há um bom tempo. No começo, ele só queria comer a garota, mas ela fez jogo duro e o que era para ser só uma foda virou compromisso. E nada de sexo. Até porque eles só tinham quinze anos. O pai do cara não liberava o carro de jeito nenhum e a mesada não cobria o motel.
Na terça-feira, estavam os dois vendo tevê na casa do Chico, quando a mãe deste caiu da escada e torceu o braço. O pai dele a levou para o hospital, ficando o casalzinho a sós.
- Rápido, Clô, vamos para o quarto dos meus pais.
- Tem tevê a cabo lá?
- Tem sim.
Os dois se jogaram na cama, ensaiando as preliminares.
- Ai, Chico, tá passando Smallville e eu queria ver...
- Então fica de costas e a gente faz anal!
- OK, só não geme muito alto!


 
Alfredo, Carlos, Fábio e Bruno eram melhores amigos. E Valéria, apaixonada por todos. Eram todos do mesmo bairro e tinham crescido juntos. A puberdade os distanciou e hoje em dia, só se viam em festas e afins. Carlos, Fábio e Bruno já tinham comido Valéria. Menos Alfredo. Os meninos acabaram namorando Bianca, Denise e Flávia. "Elas são pra namorar, porra. Valéria é gorda, fuma e ouve punk rock em becos sujos", disse Carlos. Alfredo mesmo assim, não tirava a idéia de que Valéria era a pessoa ideal:
- Ela é inteligente, cara. Curte todas as bandas que eu curto. Já leu a maioria dos livros que eu li. Curte sair, fumar...
- Porra, assim como todos os seus amigos. Escolhe algum e namora!

Valéria toca a campainha. A mãe de Alfredo bate na porta do quarto do filho:
- Aquela menina tá aí, meu filho.
- Quem?
- Aquela esquisita!
- Ah, a Valéria. Manda ela entrar!

Valéria entra no quarto e tira da bolsa um vibrador. A cara de espanto do Alfredo diverte a menina. Ela continua. Vai puxando algemas, correntes, cremes, lingeries, chicotes e jogando tudo na cama do garoto. Pede pra que ele tire a roupa. Alfredo obedece. Estava com medo. Valéria dava gritos e risadas altas. Alfredo tinha que tampar a boca da tarada para que a mãe não suspeitasse de nada. Tirou a roupa de Valéria rapidinho. A calça número 48 saiu em três segundos. Valéria ficou surpresa: "Nossa, eu demoro tanto tempo. Como você foi rápido...". Alfredo deu um tapa na cara dela: "Cala a boca! Fica de quatro!" Pegou as cordas e amarrou as pernas da menina. Pegou uma bola vermelha, que ele não sabia para que servia, e colocou na boca da menina. Vestiu-se e saiu do quarto. Voltou com os pais, que avistaram a menina de quatro e amarrada, com os seios e a barriga encostando no chão: "Acha que cabe no forno, mãe?"


 
Gustavo nunca tinha ido ao Rio. Esta era a primeira vez dele na cidade. Hospedou-se em um hotel em Copacabana. A noite estava agradável e ele resolveu ver o show da Preta Gil na praia. O show não estava tão agradável assim. Quando ele estava voltando para o hotel, Jéssica parou do lado dele e perguntou:
- Oi, para onde você está indo?
Gustavo olhou para ela de cima a baixo e percebeu que ela era feia demais até para uma puta de Copacabana.
- Para o meu hotel, por quê?
- Posso andar junto? Estou sozinha e com medo.
Gustavo concordou e os dois andaram juntos conversando por duas quadras. Foi quando do escuro saltou um pivete armado. Jéssica deu um passo para o lado e ordenou:
- Passa a grana, otário!
Gustavo deu tudo que tinha e ficou rezando para que eles fossem embora rápido.
Jéssica olhou o pivete e perguntou.
- E aí, moleque? Tá a fim de violentar o cara?
- Tá louca? Prefiro bater punheta!
Gustavo ficou puto e deu uma porrada no pivete. Jéssica fugiu correndo e ainda conseguiu pegar o fim do show.


 
Úrsula era um tanto burra. Não, ela era muito burra. Ela era tão burra que se caísse de quatro, uma carroça brotaria imediatamente em suas costas. Não tinha o menor tato com as pessoas, dizia as maiores barbaridades e no máximo que conseguia dizer era "ih, foi mal". Apesar disso tudo, o destino era generoso com ela. Tinha um emprego maneiro, um namorado bom de cama e amigos que não ligavam para suas indelicadezas e falta de gosto. Apesar de tudo, não era feliz. Tinha consciência de sua própria burrice e isso era um espinho atravessando sua alma.
Uma de suas raras amigas aconselhou:
- Vai nessa mãe-de-santo que é tiro e queda. O Edu foi e deixou de ser veado.
- Mas ele tem pavor de vagina.
- Pois é... ele até tá me comendo.
- Que nojo!
- Úrsula!
- Ih, foi mal!
Úrsula foi à mãe-de-santo. Após beber sangue de pomba e largar 13 rosas nas águas da praia da Urca, miraculosamente seus neurônios começaram a fazer contato. Percebeu que o namorado era uma anta maior que ela e o dispensou. Largou o emprego. Ligou para cada amigo e pediu desculpas pelas grosserias. Agora que era inteligente, percebera que a vida era insuportável. Subiu no primeiro morro, entrou em um bar qualquer e disse que queria comprar um revólver:
- São 200 reais, madame!
- Que 200 reais, mané. Tá pensado que eu sou burra?
O cara se irritou e deu um tiro nela. Antes de morrer, ela deu uma gargalhada e gritou:
- Hah! Economizei 200 reais!


 
Fernanda nunca foi igual às outras meninas. Enquanto as outras já traziam as glândulas mamárias visivelmente desenvolvidas, ela era acusada de campeã de natação pelos garotos.
- Campeã de natação?
- Nada de peito, nada de costas!
- Idiota!
Os garotos caiam na risada e ela saia emburrada para fumar um cigarro. Sim, ela já fumava aos dez anos. Transgressão era seu hobby. Usava drogas, namorava meninas e votava no PT.
20 anos se passaram e Fernanda foi convidada para uma reunião de turma. Enquanto as meninas, agora trintonas, conversavam animadamente sobre creche, viroses e os lançamentos da Mattel, Fernanda bebia um uísque com os garotos. Amanda, que sempre foi a mais querida da turma, resolveu a chamar para a rodinha de mulheres.
- Fernanda, vem falar com a gente.
- Sobre o quê? Eu não sei nada sobre crianças.
Fernanda meio que titubeou mas acabou se unindo a rodinha feminina. Quando o assunto se tornou o último brinde da revista Recreio, Fernanda se pôs a chorar.
- Tá chorando por que, querida?
- Eu queria tanto ter casado e ter tido filhos!
- Por que não casou? Nós sempre pensamos que você quisesse ser alternativa.
- Eu nunca achei um macho, porra!


 
Sônia era safada. Tinha dois namorados fixos durante anos, mas não saía com nenhum dos dois. Ficava com eles de segunda a sexta. Nos finais de semana, tinha que ser de outros. Tinha amigos e amigas. As meninas adoravam a companhia de Sônia. Ela conhecia muitos homens. Ficava com eles e depois apresentava para as amigas, que se contentavam com os restos. Ela não tinha HIV, mas tinha uma boca cheia de herpes e feridas. Usava um batom vermelho forte para esconder.

Sábado era aniversário de Flávia. A noite prometia. Disse aos dois namorados que ficaria em casa para descansar. Pegou o carro e foi com as amigas para a casa da aniversariante. E logo de cara, encontrou os dois na cozinha:
- Ué, o que vocês dois estão fazendo aqui?
- Vocês dois porquê?
- Eu que te pergunto. Você disse que ficaria em casa.
- Disse isso pra mim também. Como você sabe disso? Quem é você?
- Eu namoro vocês dois. Tem algum problema? Porque se tiver, me avisa logo porque a festa tá começando.
- Faça o que quiser com sua vida, Sônia. Pra mim, chega. Tá tudo acabado!
- Pra mim também. E eu quero os meus cds do Rappa de volta.
- Ok....Ai que tudo!! Amo essa música. Vamos dançar, Rô!

E assim Sônia vai para a sala. Joga a bolsa no sofá, sobe um pouco a saia e começa o show. Os caras adoram. Às vezes, dá pra ver a calcinha dela. Augusto, um dos amigos da faculdade, vai para perto das meninas quando a música da Kelly Key começa a tocar. Sônia joga os braços no ombro do garoto e começa a dançar roçando os seios no peito dele. O beijo é o início de uma baixaria explícita na sala de estar da Flávia. Rogério, amigo de Augusto, adorou a idéia. Foi até lá e pegou Sônia por trás. Fez a festa no pescoço com cheiro de perfume do Boticário da menina. Aquele sanduíche sexual, incentivado por doses de álcool e de Kelly Key foi a atração do aniversário. Formou-se uma roda em volta dos três. Tinha gente que trazia pipoca, cerveja, refrigerante, sentava no sofá e assistia à pegação gratuita. Antônio, um dos gays da faculdade, resolveu participar. Chegou por trás de Augusto e foi recebido com entusiasmo.

Fernando e Carlos viam a cena de longe. Trocaram idéias e descobriram segredos sobre o namoro de dois anos que tiveram com Sônia. Estavam furiosos. Com o chifre e com a cena de filme de sacanagem nacional que assistiam. Ficaram amigos e combinaram de sair dali e ir para um pub que ficava em Ipanema. Queriam conhecer meninas decentes. Mas antes, jogaram gasolina no carro de Sônia e riscaram um fósforo em cima do capô. Sônia voltou bêbada, com a roupa cheirando a vômito, de ônibus, para o Grajaú.


 
Marcelo tinha uns braços enormes. Meio natural, meio por força de anos de jiu-jitsu. Ana ficava louca quando via aqueles braços.
- Faz uma tatuagem, faz!
- Por que?
- Porque me dá tesão, porra!
Tanto que ela insistiu que ele foi visitar um tatuador. Ana queria que ele desenhasse o rosto do filho deles. Ele concordou desde que fosse sozinho. Chegou em casa com o bíceps coberto de hipogloss. Ana não se conteve e atacou o marido, lambendo a pomada toda.
- Ué, cadê a tatuagem?
- Fiquei com medo!
- Bicha!


 
Conversas ao telefone:

- Alô!
- Alô, quem fala?
- Quem deve falar quem o nome é você. Foi você quem ligou. Você já sabe pra quem está ligando. Eu é que não sei quem está falando.
- Nossa, acordamos mal-humorada hoje?
- Acordamos não. Eu não dormi contigo, graças a Deus. E aqui quem fala é o Marcelo.
- Ui, Marcelo. Que voz delicada que você tem.
- Quem tá falando hein, caralho?
- Ih, agora engrossou. Assim eu fico com medo...
- Você ainda não viu o grosso. Se visse, se apaixonaria.
- Ah é? Onde você mora?
.........................
- Alô, eu queria pedir uma pizza.
- Só um momento. Qual o número do telefone?
- 222-334455
- Ok, senhor Rodrigo. Essa é sua décima pizza. Estamos com uma promoção e esta o senhor levará de graça. Só cobraremos o refrigerante.
- Maravilha! Eu quero uma gigante de calabresa com uma coca de dois litros.
- Ok, senhor. Dá 12 reais. Mando troco pra quanto?
- 12 reais? Não ia ser de graça?
- É o preço da nossa Coca-Cola, senhor.
- Enfia no cu, então.
........................
- Alô, poderia falar com a Suzy?
- Ela não está. Serve a Barbie? Hahahaha
- Palhaça!
.......................
- Alô?
- Alô!
- Pois não, senhor...
- Como a senhora vai?
- Vou bem. Deseja falar com quem?
- Com o Henrique, da administração
- Quem gostaria?
- Não sei. Acho que ele gostaria de falar comigo. Já você, tô sentindo que não...
- Ele não se encontra. Está ocupado.
- Ele não está aí ou está ocupado?
- Um momento senhor....(minutos passam)
- AlôôôÔ, alôôôÔÔ !!!
- Senhor, ele pediu pra que você deixasse nome e telefone.
- Isso é você quem quer, sua safadinha...
- Senhor, mais respeito. Eu sou apenas uma secretária loira, alta e de seios fartos...
- Piranha!
......................
- Alô? Ana? Amiga..., quanto tempo a gente não se fala. Sabe com quem estive ontem? Com o Roberto. Ele disse que não consegue esquecer a noite que teve com você. E que só vai te devolver a calcinha se você for lá pegar. Pode? Você só arranja tarado, hein?
- Aqui é a mãe dela. A Ana tem só 14 anos. Eu acho que vocês deviam ir com mais calma em relação ao sexo. Eu atendo ligações de mais de 3 meninos diferentes por dia.
- Nossa, a Ana tá dando pacarai, né tia?
- Escuta aqui, menina, eu não quero que você ligue mais pra cá. Você está levando a Ana para o mau caminho. Se sua mãe acha isso normal, eu não acho.
- Que nada. Minha mãe também sente inveja igual a senhora. Ela até trairia meu pai, mas tá acabada demais. A barriga tá caindo em cima da buceta gorda dela.
- Quem tá falando? Que abuso! Eu não sou gorda não, tá?
- Ah que ótimo! O Fernando, da Lagoa, adora uma coroa conservada.
- Me dá o número dele, amiga!!